O que sabemos sobre os ovócitos?

Publicado em 20 Novembro 2015|Última atualização em 25 Abril 2023|Congelação de ovócitos.|

Revemos alguns dados de interesse sobre estas células responsáveis pela fertilidade da mulher.
ilustración qué sabes de los ovócitos
Ao abordar a fertilidade feminina e as possibilidades que a congelação de ovócitos oferece para preservá-la encontramos múltiplos aspetos, desde detalhes técnicos sobre o processo da vitrificação até questões derivadas da dimensão social do egg freezing. Logicamente, todos eles são determinantes e quanto mais informação tivermos, mais garantias vamos ter de decidir sobre a nossa fertilidade com conhecimento de causa. No entanto, às vezes parece que os grandes protagonistas ficam num segundo plano. Referimo-nos aos ovócitos. Que sabemos em realidade destas células sem as quais a vida humana não se poderia explicar? Aqui alguns dados:

Célula

Do latim cellula, diminutivo do vocábulo cella (buraco), a célula é a unidade morfológica e funcional dos seres vivos, e a estrutura mais pequena capaz de realizar por ela mesma as funções vitais de nutrição, relação e reprodução. Os ovócitos são os gâmetas femininos ou células sexuais da mulher, são haploides, quer dizer que contêm um conjunto de cromossomas, tal como os seis homólogos masculinos: os espermatozoides.

Ovulação e menstruação

A puberdade, aparecimento do ciclo menstrual, inicia a idade fértil da mulher. Durante a menstruação, todos os 28 dias, um ovócito amadurece num dos ovários e ao 14º dia deposita-se numa das trompas de Falópio, onde permanece 12 a 24h. Esta fase é denominada ovulação, e é a altura ideal para conceber.
Quando o ovário liberta o ovócito, começa a segregar uma hormona denominada progesterona, que prepara o útero para receber o embrião. Se o espermatozoide não fecunda o ovócito ao fim de dez dias o corpo deixa de produzir progesterona e o endométrio (a mucosa que reveste o interior do útero e que acomoda o ovócito fecundado) descama e vem a menstruação. Se a fecundação ocorre, a progesterona vai impedir a formação de novos ovócitos.

E como é que ele é?

O ovócito é esférico e imóvel —Parménides tê-lo-ia adorado!— e está revestido duma membrana vitelina ou plasmática, que contem glicoproteínas que facilitam a união com os espermatozoides. A esta película vitelina sobrepõe-se outra membrana formada por células foliculares. Protegido por estas duas camadas, o interior do ovócito acomoda o material genético da mãe em potência.

Tamanho

O tamanho das células humanas varia consideravelmente. O ovócito, com um diâmetro parecido com a grossura dum cabelo, é a maior. E agora vem o melhor: sabem qual é a mais pequena? Sim, acertaram: o espermatozoide.

Eu sou o teu pai

O biólogo de origem russa Karl Reinhold Ernst von Baer —nascido em Piibe, hoje Estónia— é considerado o pai da embriologia. Não é para menos: deve-se-lhe a descoberta do ovócito por parte da ciência moderna. Na sua obra Ovi Mammalium et Hominis genesi, publicada em 1827, von Baer descreveu o desenvolvimento dos mamíferos a partir do ovócito, cuja existência era desconhecida até aquele dia.

Reserva ovárica

Desde o nascimento, a mulher tem nos seus ovários cerca de 400.000 ovócitos, dos quais apenas 400 se tornam ovócitos maduros para a fecundação. Este processo é denominado, reserva ovárica, que condiciona a fertilidade feminina. A partir dos 35 anos, a quantidade e qualidade de ovócitos vai diminuindo.
Os ovócitos são células capazes de produzir vida ao serem fecundados por espermatozoides, podendo em alguns casos necessitar de ajuda.
Atualmente, pode-se avaliar a reserva ovárica através de uma análise ao sangue, hormona Anti-Mülleriana e contagem de folículos antrais, através de uma ecografia endovaginal.
À medida que a idade da mulher vai aumentando, a sua fertilidade vai diminuindo, uma vez que os ovócitos começam a apresentar anomalias que impedem um desenvolvimento embrionário adequado. Mulheres entre 35 e 37 anos têm 40% de probabilidade de apresentar anomalias nos seus ovócitos; mulheres entre 38 e 41 anos a probabilidade aumenta para 65% e a partir dos 40 anos aumenta para 80% até à menopausa.
Cientistas mundiais dedicam a sua carreira profissional à investigação destas células, à melhoria da qualidade, a soluções para doenças ou problemas na origem dos ovócitos.
Relembramos, que cas tenha alguma questão sobre a sua fertilidade, e/ou como preservá-la deve entrar em contacto com a equipa Eugin.

(*) Chamada para rede fixa nacional